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terça-feira, 16 de setembro de 2008

Hypermarcas eleva investimentos e planeja lançar maquiagem Risqué

No cruzamento das avenidas Rebouças e Faria Lima, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, um relógio termômetro estampa a imagem do ídolo Pelé com o analgésico Mirador — novo medicamento da Hypermarcas para combater a dor de cabeça. Orelógio é um dos 324 instalados na capital paulista que serão usados pela empresa de bens de consumo a partir deste mês até dezembro para divulgar suas principais marcas. Perto dali, na sede da Monte Cristalina, principal acionista da Hypermarcas, o presidente da companhia, Claudio Bergamo, avisa que o investimento em marketing este ano deve superar US$ 100 milhões, atingindo R$ 200 milhões. No valor, estão incluídos mídia, lançamento de produtos e os cachês milionários pagos ao rei do futebol e a um time de artistas globais. “Vamos estender a linha Paixão, uma marca de hidratantes da Monange, que passará a oferecer xampus, condicionadores e cremes para cabelos ainda este ano”, diz Bergamo. O executivo também prevê o lançamento de desodorantes Bozzano, fazendo da marca de gel para cabelos, adquirida em julho, um guardachuva de oportunidades na área de cuidados pessoais para o homem. “Ao mesmo tempo, a Risqué tem muito potencial para ir além dos esmaltes e batizar uma linha de maquiagem”, afirma Bergamo, que anunciou a compra da Niasi, dona da Risqué, pela Hypermarcas neste final de semana. O investimento em marketing deste ano deve representar um aumento de 20% sobre os R$ 166 milhões investidos em 2007. A Hypermarcas conta com a própria agência, a My Agência de Propaganda, que era a usada “in house” pela DM Farmacêutica, adquirida pela companhia no ano passado. Além de comprar marcas fortes, a maioria controladas por empresas familiares em dificuldades financeiras ou sem capacidade de expansão, a Hypermarcas tem como trunfo uma equipe de campo para promover seus produtos no varejo, nos consultórios médicos e nos distribuidores. Ao todo, são 250 funcionários da companhia que visitam 60 mil médicos por mês, oferecendo medicamentos sem prescrição (OTCs), como os populares Doril, Melhoral, Vitassay, Benegrip e Apracur. “Temos também 350 promotores para trabalhar nossas marcas no varejo alimentar e mais 120 apenas para o canal farmacêutico”, diz Bergamo, ressaltando ainda que a empresa cobre com a sua força de vendas 10 mil farmácias, um contingente que, diz ele, representa 70% do volume de medicamentos vendido no país. Agora, com a compra da Niasi, pretende explorar também os salões de beleza. A aquisição foi a quarta da Hypermarcas este anoea22ª dasua história. Segundo Bergamo, a estratégia da companhia é buscar marcas “adormecidas”, que precisam de uma injeção de mídia, de nova roupagem e, quase sempre, de uma extensão de linha. “Nossas aquisições têm necessariamente que apresentar sinergia”, afirma o presidente. “Não está nos nossos planos, por exemplo, explorar o mercado de produtos refrigerados, porque precisaríamos de transporte especial para isso”, diz o executivo.

Valor Econômico - 16/09/08

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